sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

De olhos e ouvidos abertos


Vagarosamente as vibrações sonoras ocupam cada milímetro da cidade, espaços se convertem em pura música e as mentes se voltam ao movimento incessante moldado por instrumentos e vozes. É janeiro, mês que marca o início do ano em alto e bom som: começa a 29.ª Oficina de Música de Curitiba.

Prestes a completar trinta verões, a oficina é exemplo de um evento que nunca deixou de ser referência tanto para músicos quanto para o público. Este ano quem estiver na cidade terá o prazer de absorver o trabalho da Orquestra do Algarve (Portugal) e do Fry Street Quartet (Estados Unidos).

Estes são integrantes da primeira fase, que celebra a Música Erudita e Antiga - do dia 9 ao 19. Nesta etapa também será lembrado o centenário de morte do compositor austríaco Gustav Mahler.

Na segunda etapa - de 20 a 29 -músicos como Zeca Baleiro, Edu Lobo e Orquestra À Base de Corda celebram a Música Popular Brasileira ao lado de Toninho Ferrragutti, Ricardo Takahashi, Maira Morais, Adriana Schincariol, Raiff Dantas Barreto, Zé Alexandre Carvalho, Paquito de Rivera e Leny Andrade. Ainda há o núcleo dedicado à música latino-americana, que reúne alguns dos grandes nomes da música do Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

A novidade este ano é o Festival Praias, que transformam as areias de Matinhos e Ipanema em palco para grupos como Serenô, MUV e Orquestra Paranaense de Viola Caipira.

Na procura por ampliar as fronteiras artísticas, o evento ainda terá lançamento de livros, exibições de filmes e bate-papos mediados pelo crítico musical e jornalista Roberto Mugiatti.

Janete Andrade, diretora-geral do evento promovido pela Fundação Cultural de Curitiba, sente que a oficina é um caldeirão fervilhante de ideias. “Professores, alunos e público convivem em aulas, ensaios e apresentações durante vinte dias. Isso gera a qualidade e garante a diversidade do evento”.

A variedade é garantida com o grupo residente deste ano, a portuguesa Orquestra do Algarve. Mesmo com origem portuguesa, na formação há músicos de outras nacionalidades - principalmente do Leste Europeu e de países como Bulgária e Romênia. Janete ressalta a importância da participação do grupo, que vêm de uma forte tradição no ensino de instrumentos de cordas.

Filmes que dialogam com o universo musical serão exibidos no Sesc Paço da Liberdade. Na pauta de programação estão as óperas Carmen (1983) do espanhol Carlos Saura e A Flauta Mágica (1975), do sueco Ingmar Bergman.

Como em anos anteriores, haverá um núcleo de música e tecnologia, desta vez com a participação de Mário Manga (oficina de trilhas) e Christian Lohr (professional situations), da Alemanha.

O núcleo de música latino-americana terá oficinas de instrumentos típicos, como cajon peruano, cuatro, maracás e harpa colombiana. Ministram as oficinas estão Rafael Santa Cruz (Peru), Edmar Castañeda (Colômbia), Aquiles Baez (Venezuela) e Álvaro Montenegro (Bolívia).

Concerto de Abertura


Com o tema “Celebrando as Comunidades”, a cerimônia de abertura da oficina reúne diversos músicos convidados mostrando a diversidade de culturas que fazem parte da história de Curitiba. Entre eles, Olga Kiun (Rússia), Quinteto de Sopros da Orquestra do Algarve (Portugal), Piotr Banasik (Polônia), Fernando Rocha (Brasil), Fry Street Quartet (EUA) e o Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, com regência de Dario Sotelo.O concerto é hoje, às 20h30, no Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto -Guairão.

Serviço

29.ª Oficina de Música de Curitiba. De 9 e 29 de janeiro de 2011. Inscrições pelo site www.oficinademusica.org.br. R$ 100 (um curso), R$ 150 (dois cursos), R$ 180 (três cursos distribuídos nas duas fases), R$ 50 (minioficinas), R$ 15 (cursos infantis) e R$ 10 (cursos nas Ruas da Cidadania). Concerto e Cerimônia de Abertura. Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7900. Dia 9, às 20h30. R$15 ou R$7,50 + 1kg de alimento não perecível. Entrada gratuita para alunos da Oficina. Mais informações: www.oficinademusica.org.br.

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