terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da internet para o palco


Tudo começou com uma mobilização de fãs na internet interessados sobretudo em celebrar os três anos da banda Nuvens. Amandio Galvão, Guilherme Scartezini, Marcos Nascimento, Marcus Pereira, e Raphael Moraes pensavam que o último Sarau nas Nuvens seria o show derradeiro, mas foram pegos de sobressalto com a movimentação espontânea de admiradores que se comunicavam virtualmente. A comemoração tomará forma hoje e amanhã, em um show mais intimista no palco do Espaço Cultural Falec.

Depois de shows no Teatro Sesc da Esquina e Guairinha, a banda não promete um “grande espetáculo”, mas um encontro afetuoso com o público. O desejo é retomar o repertório do primeiro disco e tocar quatro músicas inéditas do novo CD, Fome de vida, em um clima de cumplicidade.

Por isso eles consideram o momento um “rito de passagem” que inclui ainda a primeira atuação do novo guitarrista Guima. “Durante essa luta de trabalhar com arte, de estar nessa busca em transformar as coisas em uma realidade, é importante observar tudo o que a gente já fez e vai fazer”, diz Raphael, a voz da banda.

Amigos, parceiros e ex-integrantes da Nuvens também vão participar da comemoração. Luis Felipe Leprevost estará no palco em Cachecol, Luva e Gorro - uma analogia a Curitiba - música em parceria com Raphael que ainda não foi gravada. Vinicius Nisi e Luis Bourscheidt, que já estiveram na banda e Marano, da banda Das Velas também fazem participações no show.

Aura transcendental

Na busca pelo verso das coisas, os músicos querem explorar o ambiente mais intimista do teatro, vislumbrando o clima que deve predominar no próximo disco. “É um tipo de momento em que a poesia da canção é valorizada”, salienta o vocalista.

Nessa procura, a idéia é gravar as bases ao vivo para captar essa aura “transcendental”. A captação, que será feita neste show, ficou a cargo de Álvaro de Alencar, colaborador de Tom Capone e que já trabalhou com Maria Rita.

O processo criativo do novo trabalho inclui uma estadia de 15 dias em uma chácara em Campo Largo, onde será gravado o disco. Por enquanto, eles finalizam as canções e trabalham coletivamente nos arranjos. O show terá direção cênica de Edson Bueno.

A questão da dualidade com que o grupo se depara nesse novo trabalho está presente nos arranjos, que passam do minimalista ao “esporro”. As letras das músicas buscam explorar os universos humanos.

O próprio título escolhido para o novo trabalho, Fome de vida, mostra o que a banda quer comunicar. “O nome representa a vontade de fazer valer os momentos da existência. Ás vezes, com a rotina, a gente se robotiza e perde essa aura de viver as coisas de verdade”, reflete Raphael.

foto DANIEL CARON
publicada originalmente no jornal O Estado do Paraná.

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